As orações do Rosário são das mais belas que podemos rezar e “é de advertir que, embora a piedade e o amor repitam uma e outra vez a mesmas palavras, não significam sempre com elas a mesma coisa, mas exprimem cada vez algum pensamento novo brotando do íntimo sentimento a caridade”. Não obstante, a repetição monótona da mesma oração sem meditação, corre o risco de se transformar numa lenga-lenga enfadonha e sem alma. Só quem não compreendeu isto é que não descobriu o segredo, nem sentiu nele atractivo e encanto. Essas almas que não compreendem o Rosário, como poderão elas encontrar nele uma fonte de alegria e transformação espiritual? As “Ave Marias” e os “Pai Nossos” que não forem acompanhados da contemplação dos mistérios são um corpo sem alma.
O Rosário consta, pois, de quinze dezenas de Ave-Marias, cada uma precedida do “Pai-Nosso” e seguida do “Glória ao Pai”. Mas estas orações vocais são, apenas, o corpo do Rosário: a sua alma o que lhe dá vida e beleza é a meditação dos quinze mistérios. O mesmo se deve dizer do Terço ou terça parte do Rosário.
Eis como se exprime Leão XIII repetido por Pio XI: “é admirável esta coroa tecida pela saudação angélica, em que se engasta a oração dominical e a que se junta a obrigação da meditação interior: é uma excelente maneira de orar e sumamente frutuosa para obter a vida eterna”…
“A estas invocações, feitas de viva voz, junta-se a contemplação dos Santos Mistérios que nos coloca como que diante dos olhos as alegrias, as dores e s glórias de Jesus Cristo e de Sua Mãe, de tal modo que recebemos conforto em nossas penas e seguindo esses exemplos santíssimos subimos, por graus cada vez mais elevados de virtude, à felicidade da Pátria Eterna. Só compreendido assim é que o Rosário nos aparece em todo o seu valor e em toda a sua grandeza. E só assim se compreende a razão porque ele é tão recomendado”.